"Por isso é importante que sejam realizados no decorrer da preparação vários simulados iguais à prova que ele irá fazer para deixá-lo mais calejado. Assim o aluno aprende ao longo do processo onde ele tem mais facilidade, o tempo gasto em cada questão, e fica mais preparado e tranquilo para o dia do concurso."
Para Adalberto Pinto, professor de técnicas de estudo do curso Central de Concursos, em São Paulo, a ansiedade gerada por conta da expectativa de passar no concurso é prejudicial e faz com que o candidato não tome decisões corretas na hora da prova.
Segundo ele, um dos fatores que pode gerar ansiedade e frustração é o candidato decidir estudar matérias novas nos dias que antecedem o exame. "Não adianta atirar para todos os lados nos últimos dias. Deve-se passar por temas recorrentes de provas anteriores, como a crase, por exemplo, para se certificar de que aquilo está consolidado na mente".
De acordo com Pinto, na véspera da prova, o estudante deve se focar no lado prático do concurso. Ele aconselha o candidato a visitar o local do exame para calcular o tempo que levará até a escola e evitar chegar atrasado para a prova. Outra recomendação é ler os pontos do edital referentes à prova para calcular quanto tempo terá para cada questão e o peso de cada matéria.
Outro conselho de Pinto é separar todo o material necessário para o exame, como canetas, lápis, documentação exigida e até a roupa que será usada. "O candidato tem de ir com uma roupa que o deixe confortável quando ele estiver na sala de aula e que contemple possíveis mudanças de temperatura, tanto para o frio como para o calor".
Pinto diz ainda que é importante o candidato levar água. "Ele até pode sair da sala para tomar água, mas o tempo que ele vai perder para isso pode ser decisivo na prova". O professor recomenda ainda comer moderadamente na última refeição da véspera e dormir cedo para acordar bem disposto no dia do concurso.
A psicanalista e neurocientista Nanci Azevedo Cavaco diz que o fator emocional pode comprometer o desempenho dos candidatos e até ocasionar o tão temido "branco" na hora do exame. E muitas vezes, segundo ela, a tensão é gerada pela autocobrança, que aumenta a pressão pelo bom desempenho. "Muitas vezes os candidatos menos preparados se saem melhor que os que estudaram mais para a prova porque ficaram menos tensos e tiveram maior capacidade de discernimento", diz.
Nanci desenvolve treinamentos para melhorar a capacidade mental e atende candidatos na Academia do Cérebro e no curso preparatório para concursos Companhia dos Módulos, no Rio de Janeiro. Além disso, ela é autora do livro "Turbine seu cérebro para passar em concursos", da Editora Ferreira. Nos atendimentos, ela tenta identificar as dificuldades de cada aluno e o que ele precisa fazer para melhorar desde a memorização até a ansiedade.
Segundo a psicanalista, o medo gera no candidato um estado alterado que acaba distorcendo a percepção, a capacidade de raciocínio e o rendimento na prova. Por isso, ela ressalta a importância do pensamento positivo antes e durante as provas. "O candidato tem que se comportar como alguém que tem capacidade para passar porque se ele pensar que vai ter dificuldades num determinado setor essas dificuldades acabam acontecendo por associação".
Para Carlos Alberto de Lucca, coordenador geral do Siga Concursos, em São Paulo, os candidatos devem evitar estudar nas vésperas das provas. "Geralmente o candidato já se preparou por um longo tempo, e se ele for estudar nos últimos dias, vai reparar mais naquilo que ele não sabe e isso aumenta a tensão. Por isso, é necessário procurar fazer coisas que dêem prazer a ele para deixá-lo tranquilo".
Lucca indica que ele visite lugares diferentes e até faça uma viagem para mudar de ambiente. Mas, se o candidato achar necessário continuar se preparando na última semana, o coordenador recomenda que sejam revisados os resumos e anotações para lembrar dos pontos principais. "Nem pensar em pegar em livros novos".
Fonte: Portal G1
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